domingo, 28 de fevereiro de 2010

sobre O ALIENISTA - Machado de Assis






Sobre O ALIENISTA (1881/82)
novela de Machado de Assis ( RJ, 1839-1908)



De louco, todo mundo tem um pouco”



parte 3
de A Literatura enquanto Alegoria/Parábola




Acompanhamos, no ensaio anterior, as vicissitudes de Simplício às voltas com suas 'lunetas mágicas', na obra alegórica de J M de Macedo. De como em dado momento é 'rotulado' de 'louco' pela sociedade, e pelos próprios familiares!, como uma clara 'punição' por sua crítica à ordem social – cheia de hipocrisia e vaidades.



Pois Simplício ousou questionar a 'ordem social', que define o que é 'certo' e o que é 'errado'. Num mundo de hipócritas o 'bom tom' é ser sensatamente hipócrita. Eis a questão da Autoridade – quem definiria a 'normalidade' e a 'loucura' ? A sociedade? A elite? Muitos dizem: a Ciência! E quem faz a Ciência? A Ciência faz a si mesma – SEM os homens? Como pode uma criação humana não ter as características humanas: subjetividade e parcialidade?



Entra em foco a figura do 'homem da ciência': o cientista: auto-centrado, frio e racional – o Sr. Spock? (Aquele do “Jornada nas Estrelas”/Star Trek) Sem emoções, guiado pela lógica. Ou o Dr. Victor Frankenstein? (criador de um monstro) Ou o Dr. Jekyll? (que é ele mesmo um monstro) Ou é apenas outra 'caricatura'? Para muitos, Einstein seria considerado 'louco', pouco 'racional', pois ele aceitava o sonho, a imaginação e a intuição.

Haverá um equilíbrio neste 'positivismo' do 'culto à Razão'? Ou a 'racionalidade' é mais uma das ficções que os humanos inventaram com sua imaginação fabulosa?Afinal, a imaginação é o único encanto que sobrou para os humanos. E o 'positivismo' não hesita em 'desencantar o mundo'... Um mundo que seria sujeito a 'formulações' e 'classificações', cuidadosamente dissecado e mesurado, pronto para ser vítima da 'razão instrumental': que existe desde que 'algo funcione'. Agora, quem vai definir 'como funcione' ou 'para quê funcione' é outra questão. É um problema de ordem política e econômica.

O problema da classificação: toda classificação é arbitrária, segue os ditames (e interesses de alguém (ou grupo político e econômico). Lembramos a ironia do escritor argentino Jorge Luís Borges, num texto (1) onde os seres são encaixados em classificações prá-lá de esdrúxulas, pois "não há classificação do universo que não seja arbitrária e conjectural. A razão é muito simples: não sabemos que coisa é o universo”(”no hay clasificación del universo que no sea arbitraria y conjetural. La razón es muy simple: no sabemos qué cosa es el universo"”).

Um dos exemplos dado é "[...] certa enciclopédia chinesa intitulada Empório celestial de conhecimentos benévolos. Em suas remotas páginas está escrito que os animais se dividem em a) pertencentes ao Imperador, b) embalsamados, c) amestrados, d) leitões, e) sereias, f) fabulosos, g) cachorros soltos, h) incluídos nesta classificação, i) que se agitam feito loucos, j) inumeráveis, k) desenhados com um pincel finíssimo de pêlo de camelo, l) et cetera, m) que acabaram de quebrar o jarrão, n) que de longe parecem moscas” (“(a) pertenecientes al emperador, (b) embalsamados, (c) amaestrados, (d) lechones, (e) sirenas, (f) fabulosos, (g) perros sueltos, (h) incluidos en esta clasificación, (i) que se agitan como locos, (j) innumerables, (k) dibujados con un pincel finísimo de pelo de camello, (l) etcétera, (m) que acaban de romper un jarrón, (n) que de lejos parecen moscas.”)

As classificações sempre criam divisões e subdivisões, e dentro destas mais 'sub-classificações', num processo infinito e arbitrário. (Parecendo aquelas imagens de fractais...) Onde entre a 'loucura' e a 'lucidez' haverá subdivisões, assim como dentro da próprio 'loucura' – 'quase loucura', 'alucinação', 'loucura plena', 'esquizofrenia', etc Aquele que não se encaixar em (a) precisará ser encaixado em (b) e assim por diante. Quem não entra no conjunto dos 'racionais' vai ser jogado no subconjunto dos 'quase racionais' ou dos 'loucos totais'. Mas quem define o 'racional'? O cientista? O psiquiatra? Alguém empolgado como o caricatural Dr. Simão Bacamarte?

Faz sentido. Lembramos da obra “A História da Loucura” (Histoire de la Folie à âge classique, 1961) de Michel Foucault, pensador francês (importante nas áreas mais vastas, ao transpor as cercas das disciplinas), que há (e sempre houve) toda uma questão do poder, da disciplina, da 'ordem social' excludente . Foucault refere-se até a um 'biopoder' que regula mente e corpos dos 'cidadãos' em sociedade. (qualquer semelhança com 'Admirável Mundo Novo', '1984' ou 'Matrix' será mera coincidência?)

Também lembramos as ações importantes da 'luta anti-manicomial' – inspirada nas reformas realizadas pelo psiquiatra italiano Franco Basaglia (1924-1980) no sistema de saúde mental na cidade de Trieste, nos anos 70 – ao buscar impedir o confinamento dos 'loucos' em lugares que parecem verdadeiros 'campos de concentração' (inclusive lúgubre 'imagem' que Basaglia usou ao referir aos manicômios da célebre cidade mineira de Barbacena, em uma visita realizada em 1979.) Aliás, a célebre Barbacena inspirou outra figura alegórica: Geraldo Viramundo, o “Grande Mentecapto” da obra homônima (1979) de Fernando Sabino (1923-2004)(2)

Antes não era costume se 'hospedar' os loucos em casa de tratamentos (ou que se dizem 'de tratamento'), mas eles, os loucos, eram isolados, pelas próprias famílias, da convívio (e da zombaria) social. Tanto que causa estranheza o Dr. Simão Bacamarte querer 'reunir' os loucos numa casa de saúde.

O escrivão perdeu-se nos cálculos aritméticos do rendimento possível da nova taxa; e um dos vereadores, que não acreditava na empresa do médico, pediu que se relevasse o escrivão de um trabalho inútil.

- Os cálculos não são precisos, disse ele, porque o Dr. Bacamarte não arranja nada. Quem é que viu agora meter todos os doidos dentro da mesma casa?
Enganava-se o digno magistrado; o médico arranjou tudo. Uma vez empossado da licença começou logo a construir a casa
. (I)

Após um período de pesquisas e observações, analisando os 'padrões' e 'excentricidades, o Dr. Bacamarte começa a questionar o que seria a 'normalidade'. O Dr. começa então a 'internar' tudo mundo, a maioria dos cidadãos tem algum distúrbio ou excentricidade, ou 'desequilíbrio das faculdades mentais', e deve assim ser 'estudado'.

O alienista fez um gesto magnífico, e respondeu:
- Trata-se de coisa mais alta, trata-se de uma experiência científica. Digo experiência, porque não me atrevo a assegurar desde já a minha idéia; nem a ciência é outra coisa, Sr. Soares, senão uma investigação constante. Trata-se, pois, de uma experiência, mas uma experiência que vai mudar a face da terra. A loucura, objeto dos meus estudos, era até agora uma ilha perdida no oceano da razão; começo a suspeitar que é um continente. (IV)

Onde encontrar o equilíbrio e a 'razão' num mar de excentricidades e 'loucura'?

Simão Bacamarte refletiu ainda um instante, e disse:
- Suponho o espírito humano uma vasta concha, o meu fim, Sr. Soares, é ver se posso extrair a pérola, que é a razão; por outros termos, demarquemos definitivamente os limites da razão e da loucura. A razão é o perfeito equilíbrio de todas as faculdades; fora daí insânia, insânia e só insânia. (IV)

Ironias com a Revolução

Quando a 'experiência' começa a 'bater à porta' dos cidadãos – até dos 'homens bons', os magistrados, os vereadores, os dignos e honoráveis – e ninguém se sente seguro – afinal, quem seria isento de 'desequilíbrios' ou 'excentricidades'? - surgem 'movimentos populares' exigindo a 'queda' da 'Casa de Loucos' – a “Bastilha da razão humana”, segundo um slogan que a 'plebe' glorifica, logo 'conduzida' por um 'líder nato': um barbeiro com sonhos de ambição e de poder.

Ironia com as 'revoluções': Porfírio, o barbeiro, é uma mistura de Marat e Robespierre? Mas sempre há alguém mais radical? Aqui seria um outro barbeiro, João Pina, uma espécie de Babeuf. O problema da 'revolução' são os 'revolucionários'? Que transmutam o ressentimento em 'vontade de poder'? E derrubam uma elite apenas para assumir o lugar desta? (A 'direita' adora usar este argumento! Vide Pareto e sua tese do 'rodízio das Elites', que muito agradou aos fascistas)

O barbeiro tornou logo a si e, agitando o chapéu, convidou os amigos à demolição da Casa Verde; poucas vozes e frouxas lhe responderam. Foi nesse momento decisivo que o barbeiro sentiu despontar em si a ambição do governo; pareceu-lhe então que, demolindo a Casa Verde e derrocando a influência do alienista, chegaria a apoderar-se da Câmara, dominar as demais autoridades e constituir-se senhor de Itaguaí. Desde alguns anos que ele forcejava por ver o seu nome incluído nos pelouros para o sorteio dos vereadores, mas era recusado por não ter uma posição compatível com tão grande cargo. A ocasião era agora ou nunca. Demais fora tão longe na arruaça que a derrota seria a prisão, ou talvez a forca, ou o degredo. O barbeiro tornou logo a si e, agitando o chapéu, convidou os amigos à demolição da Casa Verde; poucas vozes e frouxas lhe responderam. Foi nesse momento decisivo que o barbeiro sentiu despontar em si a ambição do governo; pareceu-lhe então que, demolindo a Casa Verde e derrocando a influência do alienista, chegaria a apoderar-se da Câmara, dominar as demais autoridades e constituir-se senhor de Itaguaí. Desde alguns anos que ele forcejava por ver o seu nome incluído nos pelouros para o sorteio dos vereadores, mas era recusado por não ter uma posição compatível com tão grande cargo. A ocasião era agora ou nunca. Demais fora tão longe na arruaça que a derrota seria a prisão, ou talvez a forca, ou o degredo. (VI)

Acaba a 'revolução' sobram os 'revolucionários' – vide Cromwell nas 'revoltas parlamentares', na tumultuada Inglaterra do século 17, esforçando-se para 'conter' os Levellers ('niveladores') e os Diggers ('cavadores') que querem impulsionar a Revolução adiante – reformas sociais imediatas em prol do igualitarismo socialista e/ou anarquista.

Dentro de cinco dias, o alienista meteu na Casa Verde cerca de cinqüenta aclamadores do novo governo. O povo indignou-se. O governo, atarantado, não sabia reagir. João Pina, outro barbeiro, dizia abertamente nas ruas, que o Porfírio estava "vendido ao ouro de Simão Bacamarte", frase que congregou em torno de João Pina a gente mais resoluta da vila. Porfírio, vendo o antigo rival da navalha à testa da insurreição, compreendeu que a sua perda era irremediável, se não desse um grande golpe; expediu dois decretos, um abolindo a Casa Verde, outro desterrando o alienista. João Pina mostrou claramente, com grandes frases, que o ato de Porfírio era um simples aparato, um engodo, em que o povo não devia crer. Duas horas depois caía Porfírio! ignominiosamente e João Pina assumia a difícil tarefa do governo. Como achasse nas gavetas as minutas da proclamação, da exposição ao vice-rei e de outros atos inaugurais do governo anterior, deu-se pressa em os fazer copiar e expedir; acrescentam os cronistas, e aliás subentende-se, que ele lhes mudou os nomes, e onde o outro barbeiro falara de uma Câmara corrupta, falou este de "um intruso eivado das más doutrinas francesas e contrário aos sacrossantos interesses de Sua Majestade", etc. (X)

Quando a Virtude é loucura

Segue-se a 'restauração', volta-se à 'ordem social'. Mas há algo errado. Ainda não está definida a 'fronteira da loucura'. Todos, de algum modo, são loucos? A maioria da cidade? Se existem mais 'desequilibrados', então o desequilíbrio é que seria o 'normal', certo? Logo, o 'normal', estatisticamente falando, é ser 'louco'! Os loucos, digamos os 'anormais', seriam então os equilibrados, os virtuosos, os modestos, etc. Estes merecem ser isolados, para não 'contaminarem' os demais 'normais', que são os desequilibrados, os mesquinhos, os vaidosos, os egoístas, os maliciosos, etc.

Afinal, de que adianta o psicólogo curar o 'louco' da sua 'loucura' se vai re-ingressá-lo num mundo de 'loucos'? Ou ele 'cura' toda a sociedade – ou faz o 'louco' se adaptar à 'loucura' dominante. Ou então separar os 'loucos' dos 'quase-loucos' e dos 'pseudo-loucos'... recaindo novamente naquelas classificações esdrúxulas que Borges ironiza. A cada dia uma nova 'doença mental 'é inventada. Complexos, síndromes, paranóias e neuroses em varejo e atacado. Quem está louco – o cidadão ou a sociedade? Não será o mundo de competição e vaidades que 'enlouquece' as pessoas? Bacamarte decide libertar os 'hóspedes' (que correspondem a quatro quintos da população de Itaguaí!) e hospedar os 'equilibrados'.

Os alienados foram alojados por classes. Fez-se uma galeria de modestos; isto é, os loucos em quem predominava esta perfeição moral; outra de tolerantes, outra de verídicos, outra de símplices, outra de leais, outra de magnânimos, outra de sagazes, outra de sinceros, etc. Naturalmente, as famílias e os amigos dos reclusos bradavam contra a teoria; e alguns tentaram compelir a Câmara a cassar a licença. A Câmara porém, não esquecera a linguagem do vereador Galvão, e, se cassasse a licença, vê-lo-ia na rua e restituído ao lugar; pelo que, recusou. Simão Bacamarte oficiou aos vereadores, não agradecendo, mas felicitando-os por esse ato de vingança pessoal. (XII)

Mas aprisionar os 'justos' e deixar livres os 'pecadores'? Reconhecer o 'pecado' como a 'normalidade' e elogiar os 'normais' no exercício da inveja, vaidade, desconfiança, violência, vingança? Pois, a terapia será exatamente esta! Curar o modesto com o incentivo da vaidade, o honesto com o brilho do ouro, o abstêmio com as seduções da luxúria... E todos poderão então reingressar no convívio da sociedade hipócrita e desequilibrada! E, finalmente, terá assim o Dr. Bacamarte cumprido a sua venerável missão?

Era assim que ele ia, o grande alienista, de um cabo a outro da vasta biblioteca, metido em si mesmo, estranho a todas as coisas que não fosse o tenebroso problema da patologia cerebral. Súbito, parou. Em pé, diante de uma janela, com o cotovelo esquerdo apoiado na mão direita, aberta, e o queixo na mão esquerda, fechada, perguntou ele a si:
- Mas deveras estariam eles doidos, e foram curados por mim, - ou o que pareceu cura não foi mais do que a descoberta do perfeito desequilíbrio do cérebro?
E cavando por aí abaixo, eis o resultado a que chegou: os cérebros bem organizados que ele acabava de curar eram desequilibrados como os outros. Sim, dizia ele consigo, eu não posso ter a pretensão de haver-lhes incutido um sentimento ou uma faculdade nova; uma e outra coisa existiam no estado latente, mas existiam. (XIII)

No final, apenas o Alienista, o cientista, o pesquisador, o 'acima-dos-simples-mortais' é que é o 'equilibrado'? É o 'racional'?

Isso é isto. Simão Bacamarte achou em si os característicos do perfeito equilíbrio mental e moral; pareceu-lhe que possuía a sagacidade, a paciência, a perseverança, a tolerância, a veracidade, o vigor moral, a lealdade, todas as qualidades enfim que podem formar um acabado mentecapto. Duvidou logo, é certo, e chegou mesmo a concluir que era ilusão; mas, sendo homem prudente, resolveu convocar um conselho de amigos, a quem interrogou com franqueza. A opinião foi afirmativa.
- Nenhum defeito?
- Nenhum, disse em coro a assembléia.
- Nenhum vício?
- Nada.
- Tudo perfeito?
- Tudo.
- Não, impossível, bradou o alienista. Digo que não sinto em mim essa superioridade que acabo de ver definir com tanta magnificência. A simpatia é que vos faz falar. Estudo-me e nada acho que justifique os excessos da vossa bondade.
A assembléia insistiu; o alienista resistiu; finalmente o Padre Lopes. explicou tudo com este conceito digno de um observador:
- Sabe a razão por que não vê as suas elevadas qualidades, que aliás todos nós admiramos? É porque tem ainda uma qualidade que realça as outras: - a modéstia.
Era decisivo. Simão Bacamarte curvou a cabeça, juntamente alegre e triste, e ainda mais alegre do que triste. Ato continuo, recolheu-se à Casa Verde. Em vão a mulher e os amigos lhe disseram que ficasse, que estava perfeitamente são e equilibrado: nem rogos nem sugestões nem lágrimas o detiveram um só instante.
- A questão é científica, dizia ele; trata-se de uma doutrina nova, cujo primeiro exemplo sou eu. Reúno em mim mesmo a teoria e a prática.
(XIII)
Então, o Dr. Simão Bacamarte, com toda a sua erudição e sapiência, acaba por internar-se, isto é, ele é o juiz e o réu da sentença que o manterá isolado do convívio humano até sua morte plena de indagações. De repente o 'alienado' pode ser justamente o 'alienista', incapaz de encontrar o 'médico' e o 'monstro' em si mesmo.

É o que veremos no próximo ensaio.

Jan/10
notas:
(1)o conto de Borges chama-se “El idioma analítico de John Wilkins”, publicado em 1942. Texto na íntegra (online)
http://www.ldc.upenn.edu/myl/wilkins.html
(2)Geraldo Viramundo é uma personagem entre trágica e cômica, uma espécie de Don Quixote, que vive suas peripécias, entre a ausência de hipocrisia e a demência. O livro inspirou o filme “O Grande Mentecapto” (1986) do diretor Oswaldo Caldeira, com o excelente ator Diogo Vilela sendo o protagonista. Outros filmes sobre a loucura, que tratam sobre o 'confinamento' e e 'segregação', e merecem destaque: “Um Estranho no Ninho” (One Flew Over the Cuckoo's Nest, 1975), “Uma Mente Brilhante” (A Beautiful Mind, 2001),“Garota Interrompida” (Girl, Interrupted, 1999 ), “Loucuras do Rei George” (The Madness of King George, 1994)
Mais sobre o Dr. Franco Basaglia (em italiano) em
http://it.wikipedia.org/wiki/Franco_Basaglia

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